minha sã-insanidade

ainda estou aqui: vivendo
ainda não sei o porquê
ainda não entendo.

às vezes olho para os lados
não entendo nada
juro

eu não entendo a vida
eu não entendo o mundo
não entendo
não entendo

essa falta de compreensão
já me fez questionar minha sanidade
já me fez enlouquecer
já me fez querer desistir
já me fez viver no automático

mas como nada faz sentido
ficar ou não ficar
ser ou não sei
não. tem. diferença.

então eu vivo na fenda
eu sou o meio-termo
entre o são e o insano
então o tudo ou nada
entre o sim ou não
entre vida ou ficção
entre eu ou eu.

eu te perdoo

hoje sua ausência me machuca
sua distância me da angustia
e eu percebi o quão forte
é aquilo que eu sinto

sei que não é de propósito
e sei que sou egoísta
egoísta pois meus sentimentos me sufocam
e eu os deixo sufocar você

hoje não consigo fechar os olhos
não consigo pegar no sono
porque minha mente me atormenta
me lembrando do quanto você me ama
quando está bem, quando está bem
mas hoje você não está
e eu não estou

hoje você me machucou,
sem querer,
e não aguento essa dor.

a melhor parte de mim

você não bateu na porta
não pediu licença,
foi só entrando

não deu tempo de eu arrumar as coisas
como eu sempre faço
quando eu sei que alguém vai chegar
não deu tempo de esconder meus problemas
de esconder meus defeitos
muito menos de colocar aquela máscara
aquela que sempre coloco quando não quero me explicar

você não se importou

você sentou e me olhou
como se já me conhecesse
como se soubesse de tudo que iria acontecer
como se já se importasse

mal eu sabia que você,
realmente,
se importava

pois se você é a melhor coisa que me aconteceu
se você é o meu melhor motivo
a minha melhor escolha
então tudo bem a bagunça
a minha, a sua
tudo bem, eu sei viver no caos
eu sei transformar o caso em arte
em beleza, em amor...

obrigada por não ter batido
por ter me escolhido
e aprendido a me amar.