a pergunta: quem é você? me quebra
hoje, com vinte e sete anos vividos, eu ainda tento me conhecer
e saber quem eu sou.... acredita?
talvez, lá atrás, eu já tinha até descoberto isso
e mudado, e redescoberto, e me perdido de novo
e me achado, e aqui estou. De novo.
Poucas coisas permanecem.
Eu sou vazia, isso eu sempre soube.
Mas não vazia de sentimentos, nem de pensamentos.
Mas há a falta de algo, que eu vivo tentando achar... Não sei se já achei.
Talvez em outros, nunca em mim.
Eu sou inquieta. Penso muito, questiono muito.
Questiono tudo. Eu tenho que parar de questionar tanto.
Pois eu vou até o limite, até desentender da vida, até o momento em que
olho para os lados, para o chão, para o céu, as construções, as pessoas
e parece que nada mais existe. Ficção. Miragem. Sonho.
Eu tenho atração pela arte, desde sempre.
Sempre quis fazer tudo. Tocar. Escrever. Poemas. Desenhos. Filmes.
E sempre me vejo voltando para esse lugar. Onde a arte é a forma de despejar.
Escrever é onde me encontro. As palavras saem, fazem sentido, se embaraçam.
A estética disso me interessa.
Outras coisas não sei se sou eu ou se é o mundo.
Ambição.... Sou eu?
Ou o mundo em que vivo.
Não preciso de muito, mas quero muito.
Conforto. Moderno. Fácil. Comida boa. Viajar. Comodidade.
O planeta é um lugar difícil para quem não tem.
E eu quero ter. Talvez seja meu ascendente em touro?
Ou apenas o capitalismo.
Eu sempre quis viver, sempre tive medo de me jogar nas coisas.
Talvez porque quando eu me jogo, eu me jogo direto no precipício. Sempre.
Talvez eu que crie o precipício antes, mas deixa quieto.
Eu sempre tive medo, também.
De me posicionar, de chamar atenção, de me comunicar, de ser julgada.
Ah, sim, o julgamento sempre me prendeu. Talvez eu julgue demais?
E ache que vão fazer o mesmo comigo?
Eu sou inteligente pra caralho. Eu entendo rápido, leio rápido, aprendo rápido... mas não sei de nada.
Sempre me fascino, me jogo, tédio e desisto.
Desisto de muita coisa.
Eu tenho traumas, e não sei se eles me impedem de viver
ou se eu só uso eles como um escudo para me proteger de viver.
Eu amo. Amo meus amigos. Amo meus pets.
Amo a pessoa que escolhi dormir e acordar.
Mas me odeio.
E o meu "self-loathing" afeta todas essas relações.
Pois acredito que no fundo, é assim que eles se sentem sobre mim.
Ou pior. Pena.
Eu sou atenta. Eu percebo as coisas, as sutilezas.
E quando eu acho que exagerei, percebo que eu entendi certo.
Eu me faço de sonsa por conta disso.
Eu tenho momento de profunda tristeza mas de extrema euforia.
Eu só queria poder viver em paz.
Eu só queria saber quem eu sou.
Me entender em vida.
Me aceitar.
Me amar.
Ser eu.
Quem é você?
Eu
Só
Sou.