quarta-feira, 11 de novembro de 2015

anti-natural, anti-eu

como faço para parar com essa mania
de enaltecer sentimentos equivocados?
de achar que se sinto algo é porque tem um significado
quantas vezes terei que aprender que minhas ilusões
só servem para me trazer ao chão, quantas vezes forem necessárias
vou ter que amar e doer e sentir eternamente
até perceber que é tudo criação
até quando viverei contos de fadas nunca contados?
nunca sequer inventados?
enquanto você for o personagem principal
e eu for a coadjuvante dessa nossa não-história
não existira final feliz, não comigo pelo menos
se eu parar de obedecer meus desejos
meus sentimentos
minha intuição
viverei de forma anti-natural
desobedecendo minha essência
que é amar e amar e sentir e doer e doer
viverei de forma anti-natural
mas será que não viverei melhor?
será que lutar contra mim mesma não seja a resposta?
ignorando tudo o que meu corpo insiste em jogar na minha frente
como se fosse verdade absoluta, que ele criou
ignorando tudo o que sonho e o que ponho diante de mim
será que assim eu fico inteira? com todos meus pedaços?
intactos... eu inteira? que piada
não sei me impedir
não sei ser mais forte do que eu
viverei contos de fadas, ilusões
sentimentos, percepções
intuições, toques
rejeições, desesperos
ir ao chão quantas vezes forem necessárias
para que pelo menos uma vez
eu ame e ame e ame
e não doa, não doa, não doa

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