quinta-feira, 27 de novembro de 2014

não conheço ela.

ela corria de braços abertos
na direção errada do amor certo
ela morria de olhos fechados
achando que isso era o que havia de errado
ela enlouqueceu a si mesma
por não querer ser tão normal
como todos apontavam que ela era

se um dia ela sumir já era esperado
porém ninguém havia se importado
o suficiente para faze-lá ficar
apenas um drama adolescente
mas tudo o que ela pensa é real
e a realidade dela é a utopia do resto

não confie em ninguém
ninguém cria laços o suficiente
para se entregar totalmente .

dezenove.

ainda espero por uma paixão destruidora
daquelas que queima quando começa
e gela quando acaba
daquelas intensas e profundas
como um céu sobre um mundo
como a profundeza e a densidade do oceano
não amar por amar
mas amar por acreditar no amor
com brigas e berros e choro e
carinhos e beijos e delírio
vamos correr, vamos fugir
um refúgio numa pessoa
eu não mereço isso.

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

algo confuso, sem linha lógica.

eu não me arrependo
mas não sei se voltaria para o começo
sabendo como tudo termina
não sei se começaria tudo de novo
sabendo como vai terminar
não sei se procuraria e falaria
sabendo como
tudo
vai
terminar
a ilusão que você cria em sua mente
é mais fraca do que a realidade
e estar preparada para algo ruim
não torna isso menos ruim
ou mais bom
ou
ou
não sei
simplesmente não sei
e é tudo o que eu sei

terça-feira, 25 de novembro de 2014

palavras

as palavras que esvaziam minha mente
enchendo uma folha de papel
não sei se as prefiro dentro ou fora
elas transbordam e inundam
onde quer que eu as coloque

domingo, 23 de novembro de 2014

sinto muito, porém não sinto nada

a falta de sentimento
inunda uma cabeça cheia
de pensamentos vazios
a indiferença reina
na mente de quem mais pensa
e de quem mais sente
minha batalha diária
entre ser eu e não ser
sentir e não sentir
porque a falta de dor
também dói
e a falta de algo
torna esse algo mais real
e torna entorna
porém, não é algo controlável
não é algo viável
acontece, e ponto acabou
não tenho escolha
sou escrava de quem eu sou
escrava de minha mente
sigo ordens, sinto dores
enlouqueço
tudo porque eu me mando
involuntariamente
mente, mente, mente, mente.

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

suspeito

minha mente prega peças em mim
minha mente está pregando peças em mim
não acredito mais em minha mente
não acredito mais em mim

papel sulfite branca A4

um espaço branco vazio
crescendo em minha vida
um anestesiamento
necessário
um querer não sentir
um sentir não querendo
um lamento e um choro
e uma indiferença do tamanho do mundo
só para depois, sem aviso algum
sentir de novo e sofrer de novo


ácido sulfúrico

minha mente é uma confusão inexata
de dor e sofrimento e indiferença
um ciclo vicioso
um eterno looping mental
não consigo controlar a dor
e ela pulsa na minha mente
direto no meu peito, e abre
tudo o que estava fechando
cada ferida, cada marca, cada lembrança
abre e meu choro é como álcool
caindo num machucado
porque arde e pulsa e dói e chora
mas não cura, só piora
ácido sulfúrico

terça-feira, 18 de novembro de 2014

que?

minha mente não está fazendo sentido
e meus sentimentos estão bipolares
não tenho controle de nada
(mas isso eu nunca tive)
estou instável, estou quebrável
nada faz sentido
nada nunca fez sentido
qual meu problema então?
não entendo como cabe
tanta tristeza
tanto sofrimento
dentro mim
jesus, eu sou tão pequena.

morri por metades

a dor não vem por inteiro
ela vem, acaba e engana
só para vir novamente
quando menos eu quero
quando eu menos preciso
porque se viesse tudo de uma vez
ia ser horrível, insuportável
mas ia doer tudo e pararia
mais rápido...
mas quando vem em partes
é pior, pois não sinto tudo
não penso tudo
e é lento
quando menos vem
mais tempo leva
para estar tudo bem
de novo

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

quase um mar

palavras entaladas na garganta
fazem minha mente engasgar
e faz meu corpo inflamar
minhas mãos tremular
meus olhos lacrimejar
minha paranoia aumentar
minha tristeza começar
minha raiva se inflar
meu desespero se vingar
minha vida apagar
meu sentimento fraquejar
e faltar meu ar
ar ar ar

melhores momentos da vida

brisa com cheiro de grama
céu cinza e brisa calma
ver morcegos voando
ver a lua

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

blue

nunca disse eu te amo
para um amor que amei
mas já pensei em falar
mas assim me bloqueei
porque se dói ao pensar
deve doer um pouco mais
ao pronunciar
tais palavras
e ver uma expressão
de "eu queria dizer o mesmo
mas não posso"

eu, ontem

eu queria nascer em sessenta
ou passar minha adolescência em setenta
queria fazer parte de movimentos hippies
queria ter a ilusão de que lsd abre minha mente
e sentir isso intensamente
quero roupa rasgada, esperança e um brilho no olhar
que só a juventude daquela época tinha
queria ouvir pela primeira vez
o novo disco do John Lennon
e ouvir mil vezes, usando aquilo como minha religião
queria me entorpecer em woodstock
e achar que aquilo é paz e amor

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

você sabe o que eu quero dizer

me pego fantasiando com o extremo
uma visão distorcida
um eu deitado, gelado, parado
vocês olhando, chorando
será que alguém se arrependerá?
será que alguém morrerá?
gostaria de ouvir cada palavra
cada pensamento
cada choro sufocado
cada berro
lerão minhas páginas tristes
minhas palavras agoniadas?
pensarão que deveriam me ajudar
deveriam se aproximar
eu queria ter sido forte o suficiente
ou um pouco mais fraca talvez

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

um futuro não tão longe assim

ontem morri um pouco
hoje estou morrendo
amanhã morrerei um pouco mais
e continuarei nessa morte
até finalmente fechar os olhos
e nunca mais abrir, e nunca mais sentir
até eu cansar, até meu coração parar
não será alguma causa natural
não será um acidente
muito menos um assassinato 
                                           (dependendo do ponto de vista
quero ser a culpada
quero sentir remorso 
quero me arrepender
não vai dar mais tempo
ninguém está nem ai 
muito menos eu
principalmente eu

domingo, 2 de novembro de 2014

ontem fui feliz, hoje não sou mais

felicidade se tornou momentos
se tornou detalhes
se tornou memórias
felicidade é passageira é atemporal
não me sinto feliz
mas lembro                                        
                                                            sei que não é meu normal.