quinta-feira, 28 de maio de 2015

(Não) me ajude.

eu adoeci sozinha
me auto flagelei
não sei como entrei muito menos como sair
ninguém vem pegar na minha mão
"venha que te ajudo, confia em mim"
cai fora, sai dessa
eu sei que estou sozinha
aonde quer que esteja
com quem quer que eu esteja
eu estou sozinha
na minha casa na minha mente na minha rua
sono bate e dormir é a única solução
onde tudo é colorido e a liberdade é real
de olhos abertos só minhas utopias me sossegam
uma página em branco uma história contada um filme de drama
pequenas coisas que só eu entendo
sai daqui, quero continuar sozinha
me deixa quieta,
mas volte depois, quando o filme acabar
quando a última palavra eu ler, quando a última folha preencher, quando o sol clarear

sentimento de fuga

sobre forçar felicidade
forçar harmonia
forçar paz
forçar bem-estar
forçar conversas e forçar amizade
cansa minha mente
apodrece meu eu
quero gritar chorar sofrer
arranhar essa redoma até ela ceder
e estourar e eu poder sair
e correr até meu coração parar
até minha visão escurecer
até minha solidão acabar

terça-feira, 5 de maio de 2015

você, ela, ele, eles, aquilo, aquela coisa, minha utopia

entra e entra e entra e entra
até achar que já chegou ao fim
da minha própria mente.

ache lá todas minhas vontades
e perceba tudo o que eu quero
coisas tão distintas, coisas tão diversas
tantos sentimentos ligados uns aos outros
por coisas que só fazem sentido para mim mesma

tente entender o porque da minha quietude
o porque do meu sorriso pequeno e do meu olhar vago
o porque de tantas frases desconexas
e de tudo aquilo que eu não consigo falar

tem uma baguncinha cerebral dentro de mim
vários eus, do passado, do presente, do futuro
eu me perco dentro de mim
do jeito bom e do jeito ruim

não quero me livrar de algo que eu tenho
para conseguir algo que eu também quero
quero ter todas minhas vontades
presas numa caixa, onde eu caiba dentro
dentro de um universo que meu universo
ainda fique folgado para caber mais tudo aquilo que resolver entrar
e eu gostar, e não querer largar
você, ela, ele, eles, aquilo, aquela coisa, minha utopia
tudo que tem aqui dentro
em um lugar ai fora

saia e saia e saia e saia
até achar que já chegou a saída
da minha própria mente

um dia serei livre

bate do nada uma vontade ardida
de correr devagar e viver tudo em um segundo só
mas que esse segundo seja uma vida
e que essa vida seja eterna

bate do nada um pensamento anarquista
de me livrar dos fios invisíveis
de expandir tanto minha mente
que meus pensamentos fiquem do tamanho da galáxia

bate do nada um pensamento utópico
onde eu por alguns curtos minutos
acredito de que conseguirei fazer tudo aquilo que eu quero
tudo o que eu acredito e tudo o que é belo

e porque não irei conseguir?
"Quem quiser me examinar,
Não há cordões em mim."