sexta-feira, 24 de julho de 2020

sujeito indeterminado

acordo e me olho no espelho 
sai com meu cachorro e penso
olha o céu e olho a vida em minha volta
a sensação volta
roubaram minha vida
uma pena ser sujeito indeterminado
pois sei o nome de quem roubou
nome sobrenome
idade endereço 

roubou minha vida

não é que minha vida esteja ruim 
não é que eu não ame e não esteja bem
to ótima

mas não é minha vida
foi roubada

roubou meus sonhos
minhas oportunidades
roubou minha paz

o que será que eu seria hoje?
talvez estivesse na mesma 
só que com planos cumpridos
com o coração calmo 
sem medo de tentar de novo 
sem chorar em qualquer possibilidade de deixar a mente vagar

pois minha mente vaga e eu lembro
roubaram minha vida
sem sujeito indeterminado
tem nome sobrenome
tem idade tem endereço 

eu também te amo
mas roubou a minha vida.

quinta-feira, 23 de julho de 2020

o peso e o tempo.

o peso do mundo, a frase pesa em minha mente
um redemoinho 
como explicar?

é que assim, meus metros são limitados
meus dias tem apenas vinte e quatro horas
e minha semana apenas sete dias
nada é suficiente
minha mente é infinita

vivo em cárcere privado 
minha jaula é o tempo 
quero tudo e travo
penso tudo e temo
e planejo 

quem sabe no futuro...
e de novo
dependo do tempo. 

quinta-feira, 9 de abril de 2020

saudades escrever

uma tela em branco, uma mente em branco
tanto tempo sem jogar palavras cheias em um papel vazio
que eu não sei mais como elas se encaixam
como fazer sentido... isso se sequer tenha feito algum sentido

acontece que a teoria estava correta
e a tristeza aflora a escrita
uma ligada a outra

é quase como se eu não sofresse,
então não tem porque
porque o não sofrer, não necessariamente felicidade
claro que ela vem, dá oi, passa reto, as vezes fica
mas no geral, é uma mistura de nada
com tudo

e nada é tão forte, nem tão profundo
quanto a mente de um jovem triste.